Antigo Testamento - Profetismo

on terça-feira, 17 de abril de 2012


Seminário de Teologia Divino Mestre
Antigo Testamento – Profetismo
Aluno: Rosivaldo Aparecido Lopes Simão
Série: 4º ano de Teologia
Professor: Pe. Reginaldo Antonio Ghergolet
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A RELAÇÃO PROFETA E MONARCA: EVOLUÇÃO DA PROFECIA

·         A relação profeta e monarca – podemos distinguir três etapas, muito ligadas à atitude que o profeta tem diante do rei: proximidade física e distanciamento crítico com relação ao monarca/ distância física que se vai alargando sempre mais e mais entre o profeta e rei/ afastamento progressivo da corte com a aproximação cada vez maior do povo.

·         No começo, a relação do profeta com o rei era praticamente harmonioso (de primeira vista), tinha uma função de conselheiro militar, função judicial e uma função cultual. Porém, quando o rei desvia-se da Aliança com Deus e começa a centralizar tudo em si, a relação profeta e rei não é harmônico ou pacifico.

·         Torna-se uma história de confronto, de uma luta.

·         Origem desta luta esta no modelo de sociedade que cada um defendia – de um lado, a política dos reis que defendia as cidades, comércio, a especulação e a venda de terras, o culto oficial centralizado em templos reais, seja para Deus, seja para Baal. Uma política de escravidão, tributos, taxas, saques e pilhagens, armas e exércitos fortes. – do outro lado, os profetas defendendo o povo em nome da aliança e da fidelidade a Deus, o Deus libertador que escutou o clamor de seu povo escravizado.

·         A monarquia, ou qualquer outra forma de poder, não é intrinsecamente má, mas longe do princípio da justiça divina se absolutiza e torna-se veículo de opressão (1Sm 8.11ss). O perigo só se afasta se houver a acolhida dos conselhos corajosos dos enviados de Deus. Suas profecias tinham não somente uma função política, mas também eram importantes para a manutenção da ordem social.

·         Os profetas surgem como a consciência do povo e sua luta se resume na fidelidade a Aliança em busca de paz que vem do ato (Lv 26,3-13).

  • Os textos proféticos bíblicos (o chamado do profeta) sempre parte através de um conflito.

  • Profeta – aquele que é chamado para falar das coisas de Deus (visão judaica) enraizadas na sua realidade.

  • Títulos proféticos – Em 1Sm 9,6-11 lêem-se três termos: ish elohim homem de Deus. (v.6-10), roeh, vidente e nabî, profeta. (v.11). Em 1Cr 29,29 usam-se três títulos: roeh, nabi e hozeh.

  • O profetismo em Israel surgiu com a monarquia e sumiu com a mesma. A falência do período de Juízes. A partir do êxodo já se começa a caminhar para a monarquia. Povo pede um Rei – 1 Samuel 8.

  • Os profetas surgiram na corte: para ser rei precisava de 4 itens – arém, escribas, animais exóticos e o profeta que justificação divina de sua atividade.

  • Falsos profetas – profetas carreiristas que surgem para tirar vantagem.

  • Profetas verdadeiros – caminho do profeta que o caracteriza verdadeiro é aquele que começa na corte com os reis e vai se afastando indo junto do povo sofredor. Profetas que fazem o caminho inverso.

  • A profecia era falada em “oráculos”.

  • Profetas anteriores – criticavam os reis na esperança de que a monarquia poderia ter um fim bom (os não escritores), tem a expectativa de manter a unidade em Israel.

  • Profetas posteriores – todos os profetas perderam a esperança na monarquia (os escritores). A partir de Amós.

  • Até Jeroboão/Roboão tinha-se a grande necessidade da justificação Divina do profeta, ou seja, o profeta com suas palavras tinham grande receptividade. Após, perde-se esta receptividade e, cresce, surge os falsos profetas que só viviam na corte.

  • Em resumo, existem três ramificações do profetismo.
  1. Existem profetas do templo e da corte (Natã e Gade, que estavam na corte com Davi);
  2. Existem profetas críticos, pré-literários, que se distanciam da corte e do templo (Elias e Eliseu);
  3. Existem profetas radicais, da profecia literária, que visam ao fim do rei e do Estado (Amós, Isaías, Jeremias, etc..).

REFERÊNCIAS

BÍBLIA. Português. Bíblia de Jerusalém. Tradução de Gilberto Silva Gorgulhos (Coord.) 3 imp. São Paulo: Paulus, 2004.

CONFERÊNCIA DOS RELIGIOSOS DO BRASIL (CRB). A leitura profética na história. São Paulo: Loyola, 1994. (Coleção tua Palavra é vida – 3).

SICRE, José Luís. Introdução ao Antigo Testamento. Tradução: Wagner de Oliveira Brandão. Petrópolis: Vozes, 1995.

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