O ministro do Sacramento da Penitência e o penitente

on terça-feira, 13 de março de 2012

OS PADRES SÃO HOMENS COMO NÓS. DE ONDE VEM O PODER DOS SACERDOTES PARA A REMISSÃO DOS PECADOS DOS FIÉIS?

Seminarista Alex de Oliveira Nogueira
4° Ano de Teologia

Toda pessoa que tem fé em Deus pode um dia se deparar com a dúvida, assim como também aquele que não crê está sujeito a duvidar da sua própria convicção incrédula. Sabemos, portanto, que a fé é dom de Deus, que pode ser acolhido pela pessoa humana com generosidade. Ao pairar a dúvida a respeito do poder que o padre tem de perdoar os pecados, pode-se procurar entender melhor a fé que na Igreja Católica se professa. Para tanto, o Catecismo da Igreja Católica (parágrafo 1444) ajuda nesta caminhada: “Conferindo aos apóstolos seu próprio poder de perdoar os pecados, o Senhor também lhes dá a autoridade de reconciliar os pecadores com a Igreja. Esta dimensão eclesial de sua tarefa exprime-se principalmente na solene palavra de Cristo a Simão Pedro: Eu te darei as chaves do Reino dos Céus, e o que ligares na terra será ligado nos céus, e o que desligares na terra será desligado nos céus (Mt 16,19)”.
       Desse modo, o ato de confessar os pecados ao sacerdote é uma entrega total a misericórdia de Deus que age na pessoa dele. Este, por sua vez foi ordenado por um bispo (sucessor dos apóstolos) e tem, portanto, a assistência do Espírito Santo, da mesma forma que os apóstolos receberam de Jesus: “Dizendo isso, soprou sobre eles e lhes disse: Recebei o Espírito Santo. Aqueles a quem perdoardes os pecados ser-lhes-ão perdoados; aqueles aos quais retiverdes ser-lhes-ão retidos (Jo 20, 22-23)”. Assim, o sacerdote é instrumento de Deus, e age em nome Dele, mesmo que esteja em estado de pecado. A graça de Deus é maior que as misérias humanas. Deus tem um modo desconcertante de agir, exalta os pequenos, os humildes, por isso usa instrumentos frágeis para demonstrar sua grandeza. Confiemos em Deus e em sua misericórdia que se manifesta no ministro (sacerdote) da confissão.

QUAL O CAMINHO A SER PERCORRIDO PELO PENITENTE PARA QUE A REMISSÃO DOS PECADOS SEJA FRUTUOSA NO SACRAMENTO DA RECONCILIAÇÃO?
      
O fiel que deseja frutuosamente viver o sacramento da reconciliação pode percorrer um caminho indicado pela Igreja, fruto da própria organização que o sacramento dispõe. Em primeiro lugar, recomenda-se a contrição, onde existe o arrependimento do ato de pecado, pois o fiel percebe o quanto se afastou do amor de Deus e deseja agora não mais fazê-lo. A contrição deve ser diferenciada da atrição, onde o fiel se arrepende por medo de ser condenado ao inferno na vida eterna. Um segundo passo, é o exame de consciência que leva a análise de como tem sido a vivência junto a Deus, aos irmãos e a si mesmo. Num terceiro momento, tem-se a confissão dos pecados diante do sacerdote, a qual é feita com espírito de humildade e confiança na misericórdia de Deus que cura do pecado e age através do ministro. Em seguida, o sacerdote após fazer breve conselho ministra a absolvição, libertando o fiel da realidade do pecado e dando oportunidade a uma vida nova em Cristo. Por fim, a satisfação é recomendada pelo sacerdote como meio de reparar a ordem que foi lesada pelo pecado e curar o fiel que cometeu tal pecado. A satisfação é como um remédio próprio para cada situação específica. Assim percorrido este caminho (contrição, exame de consciência, confissão dos pecados, absolvição, satisfação) o cristão poderá realizar uma frutuosa e santa confissão de seus pecados. Lembre-se sempre da frase de Santo Agostinho: “Deus odeia o pecado, mas ama o pecador”.

REFERÊNCIAS


CATECISMO DA IGREJA CATÓLICA. Edição Típica Vaticana. São Paulo: Loyola, 1999.


BÍBLIA. Português. Bíblia de Jerusalém. Tradução de Gilberto da Silva Gorgulhos (Cord). ed. revista e ampliada. São Paulo: Paulus, 2002.


BECKHÄUSER, Frei Alberto. Presbiteral. Petrópolis: Vozes, 2008, p. 98-99.


CÓDIGO DE DIREITO CANÔNICO. 4°ed. São Paulo: Loyola, 2001.

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