Mudanças de paradigma na missão

on quinta-feira, 29 de março de 2012


O NOVO PARADIGMA DA MISSÃO NA VISÃO ANTROPOLÓGICA
           
Por: Seminarista Valdinei Gonçalves de Oliveira

O segundo encontro do grupo de estudos sobre missiologia foi conduzido pelo seminarista do primeiro ano de Teologia, Fabio Antunes, com o tema: “O novo paradigma da missão na visão antropológica”, texto de Joaquim Andrade. Os trabalhos foram iniciados com uma breve reflexão sobre o que é antropologia. Em seguida, a ênfase foi acerca da importância de um novo olhar sobre o tema missão e, em conseqüência, sobre a necessidade de um “re-conhecimento” do atual contexto global onde se insere e acontecem os trabalhos missionários.
Pautando-se no texto de Joaquim Andrade, Fabio Antunes citou vários problemas da área missiológica que impedem a concretização efetiva do trabalho missionário; os mais importantes são:

1)     Proliferação de outras religiões no contexto da missão (cristã católica) tais como o budismo, o hinduísmo, o islamismo etc.
2)     O fechamento das religiões latinas em si mesmas, o que dificulta o dialogo entre as diversas denominações religiosas.
3)     A problemática “padres x povo”. Ou seja, muitas vezes os padres (missionários) não são bem aceitos nos trabalhos missionários. Em outras, os próprios missionários são os que não acolhem bem o povo.

Joaquim Andrade define missão como: “ciência da propagação da doutrina de uma religião”. O mesmo buscou explicar de forma pedagógica como foi a invenção da religião. Disse que o primeiro entusiasmo foi com a Natureza, quando o homem tentava se comunicar e conhecer o “totalmente Outro”. Em seguida, abordou o fato da criação da religião. Apontou como principal fator para o surgimento da religião o fator “geográfico”. Ou seja, cada região do mundo primitivo foi capaz de criar uma forma diferente de se comunicar com o “totalmente Outro”. Em algumas regiões os “ver” foi mais importante; em outras os “escutar”. Etc.
            Fabio Antunes em sua apresentação relatou que “a missão não se inicia com o “IDE” dito por Jesus, Mas sim no Antigo Testamento, com a chamado de Abraão, Moisés, Josué…
            Antunes explicou que quando o missionário impõe sua cultura ele deixa de ser missionário e se torna um colonizador. Isso acarreta um modelo semelhante ao realizado pelos primeiros cristãos que vieram para o Brasil. Época em que a Igreja mantinha uma postura missionária agressiva ao impor o catolicismo aos nativos. Com o passar do tempo, muitas críticas surgira contra esse estilo de se fazer missão. Duas mensagens papais procuraram amenizar tal situação: Evangelii Nuntiandi, escrita por Paulo VI em 1975; e a carta encíclica Redemptoris Missio, escrita pelo papa João Paulo II em 1990.
            No que se refere ao novo paradigma da missão, Fabio acrescentou que eles possuem três principais características; a saber:

1) Humildade;
2) Contemplação e
3) Administração.

            O missionário deve ser desapegado (humildade), ver o ambiente onde está inserido e ser sensível ao mesmo (contemplação) e administrar a missão, mantendo a organizada (administração).
            Fabio nos disse que: “O início de toda missão se dá na Trindade”. Por quê? Até o Concílio Vaticano II pregava-se o Eclesiocentrismo, ou seja, a Igreja, os padres e o papa eram o centro da fé cristã. Após o Concílio, passou a ser pregado que o mais importante é o Reinocentrismo, buscando assim levar o Reino de Deus aos povos.
            Terminamos o grupo de pesquisa definindo um novo membro para a próxima explanação e com a seguinte frase: “UMA BOA EVANGELIZAÇÃO É AQUELA QUE COMEÇA POR NÓS MESMOS”.

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